O conceito de Storyliving…

O conceito de “storyliving” representa uma evolução do storytelling tradicional no marketing e na comunicação de marca. Enquanto o storytelling é sobre contar histórias para o público, o storyliving se concentra em envolver o público de maneira a fazê-los vivenciar a história.
Por exemplo:
Em vez de apenas ouvir ou assistir a uma história, os consumidores são convidados a fazer parte dela. Isso pode acontecer através de experiências interativas, realidade aumentada, realidade virtual, eventos ao vivo ou outras atividades que permitem aos consumidores interagir diretamente com a marca ou a narrativa
Além disso, tecnologias como a realidade virtual (VR) e a realidade aumentada (AR) desempenham um papel fundamental no storyliving, criando ambientes imersivos onde os consumidores podem “entrar” na história. Essa imersão pode gerar um impacto emocional mais profundo e uma lembrança mais duradoura da experiência.
O storyliving incentiva os consumidores a serem co-criadores da história da marca. Isso pode incluir contribuições em mídias sociais, participação em eventos ou colaborações em projetos criativos. Essa abordagem aumenta o engajamento e a sensação de propriedade e conexão com a marca.
As histórias criadas devem ser autênticas e relevantes para o público-alvo, pois os consumidores sentem que a marca entende seus valores, desejos e necessidades.
O objetivo do storyliving é provocar emoções fortes e criar memórias mais marcantes. Ao viverem uma experiência incrível com a marca, os consumidores desenvolvem uma ligação emocional mais forte com ela.
O storyliving muitas vezes envolve a construção de comunidades, onde os consumidores podem compartilhar suas experiências e histórias uns com os outros. Isso fortalece o sentimento de pertencimento e pode ampliar o alcance da marca através do boca a boca.
Apple, sempre inovadora em suas estratégias…

Se você é um profissional de marketing atento ao mercado, já notou que estamos vivendo uma transformação fascinante: a passagem do storytelling tradicional para o storyliving.
Essa nova era não é apenas sobre contar histórias, mas sim sobre criar um ambiente onde o público é um participante ativo, moldando e compartilhando suas próprias experiências.
Uma das pioneiras nessa estratégia, é a Apple.
Então, antes de falar sobre os pilares do Storyliving, vamos passar pela breve história de histórias criadas pela Apple…
Apple II e o Macitosh

Tudo começa com o Apple II e o Macitosh… Nos primeiros anos, a Apple se posicionou com a narrativa de democratizar a tecnologia, tornando os computadores pessoais acessíveis e fáceis de usar. Essa história foi contada através de produtos inovadores como o Apple II e o Macintosh.
Mas como a Apple trabalhou essa narrativa na prática?
A Apple usou sua publicidade e estratégias de comunicação para reforçar essa narrativa. Os anúncios se concentravam em demonstrar a facilidade de uso e as capacidades práticas dos seus computadores. Isso ajudou a desmistificar a tecnologia para o público em geral, posicionando a Apple como uma empresa que trazia soluções inovadoras para o cotidiano das pessoas.
Através dos seus produtos e marketing, a Apple comunicava uma mensagem de empoderamento: com um Apple II ou um Macintosh, qualquer pessoa poderia explorar o mundo da computação. Eles não eram mais ferramentas exclusivas de especialistas, mas algo que qualquer um poderia usar para trabalho, educação ou lazer.
A Apple construiu uma cultura de marca que enfatizava a inovação e o pensamento fora da caixa.
Essa cultura foi comunicada através de cada produto e campanha de marketing, ajudando a solidificar a imagem da Apple como uma empresa que não só oferecia tecnologia, mas também mudava a maneira como as pessoas interagiam com o mundo ao seu redor.
O anúncio incônico de Ridley Scott

Um dos anúncios mais icônicos da Apple, dirigido por Ridley Scott, contou uma história poderosa de individualismo e rebelião contra a conformidade. este anúncio posicionou a Apple como uma força de inovação contra o “status quo” da época.
O famoso comercial da Apple intitulado “1984”, que foi ao ar durante o terceiro quarto do Super Bowl XVIII, em 22 de janeiro de 1984. Este anúncio é considerado um dos mais memoráveis e eficazes comerciais de televisão de todos os tempos.
A produção do anúncio foi cinematográfica, com uma qualidade visual impressionante, o que era incomum para os padrões dos comerciais da época.
O anúncio foi inspirado no romance distópico “1984” de George Orwell, que descreve um futuro totalitário onde o governo opressor controla a verdade e reprime a individualidade. O comercial apresentava uma jovem atleta (interpretada por Anya Major) correndo para destruir uma tela gigante onde um “Grande Irmão” (uma figura de autoridade opressora) discursava, simbolizando a luta contra a conformidade e o controle.
O objetivo do anúncio era promover o lançamento do Apple Macintosh. No final do comercial, aparecia a frase: “Em 24 de janeiro, a Apple Computer introduzirá o Macintosh. E você verá por que 1984 não será como ‘1984’”. Isso indicava que o Macintosh era uma ferramenta para a liberdade de expressão e individualidade em contraste com o ambiente opressivo retratado no anúncio.
Think Different

Com o retorno de Steve Jobs em 1997, a Apple revitalizou sua marca com a campanha “Think Different”. Essa campanha contou histórias de figuras históricas que mudaram o mundo, alinhando a Apple com criatividade, inovação e a coragem de desafiar o convencional.
A campanha “Think Different” foi uma série de anúncios publicitários icônicos lançados pela Apple em 1997, após o retorno de Steve Jobs à empresa.
A ideia era associar a Apple e seus produtos a um estilo de pensamento inovador e não convencional.
A campanha se destacou por usar imagens em preto e branco de figuras históricas e culturais icônicas, como Albert Einstein, Martin Luther King Jr., Mahatma Gandhi, John Lennon, e outros. Estas personalidades foram escolhidas por serem consideradas visionárias, criativas, corajosas e desafiadoras do status quo, refletindo os valores que a Apple aspirava representar.
O comercial de lançamento da campanha, conhecido como “The Crazy Ones” (Os Loucos), foi narrado por Richard Dreyfuss (embora também exista uma versão narrada pelo próprio Steve Jobs). O anúncio homenageava “as pessoas loucas o suficiente para pensar que podem mudar o mundo” e se tornou um dos mais famosos da história da publicidade.
A campanha “Think Different” ajudou a redefinir a Apple como uma marca que valoriza a inovação, a criatividade e aqueles que pensam de maneira diferente. Foi um movimento estratégico para diferenciar a Apple de seus concorrentes e atrair
iPod e iTunes: Revolucionando a Música Digital

A Apple também mudou a narrativa para a revolução da música digital com o iPod e o iTunes.
A narrativa era sobre ter milhares de músicas no seu bolso, algo revolucionário na época. Isso mudou completamente a forma como as pessoas interagiam com sua música, oferecendo uma conveniência sem precedentes e acesso instantâneo a uma vasta biblioteca de canções.
Os anúncios do iPod focavam na portabilidade e na capacidade do dispositivo de armazenar uma grande quantidade de músicas. Com suas campanhas coloridas e energéticas, a Apple transmitia uma mensagem de liberdade e alegria, conectando emocionalmente os usuários com a ideia de ter toda a sua biblioteca musical sempre acessível.
A combinação do iPod com o iTunes representou uma mudança cultural significativa. A Apple não apenas vendia um produto; ela vendia uma experiência, um novo estilo de vida onde a música estava sempre ao seu alcance. Essa narrativa ajudou a redefinir as expectativas dos consumidores e estabeleceu a Apple como líder na revolução digital da música.
Mas, o que realmente está mudando agora?

A Apple está evoluindo do storytelling para o storyliving. Em vez de simplesmente contar uma história, a marca está permitindo que seus produtos e a interação dos usuários com eles criem a narrativa.
Isso é evidente na incorporação de tecnologias como a realidade aumentada (AR), que oferece experiências de usuário imersivas e personalizadas, encorajando os consumidores a criar e participar de histórias interativas.
Essa nova maneira é profundamente influenciada pelas comunidades digitais, onde a troca e a co-criação são fundamentais.
A experiência do usuário com os produtos da Apple não é mais passiva; é um diálogo contínuo, pois a marca ouve, mais do que nunca.
A história da Apple agora é contada pelas mãos e vozes de seus usuários, tornando cada experiência um capítulo único na narrativa da marca.
Não ta sendo rotulado, ainda…

Atualmente, a Apple já é uma marca que oferece o que é necessário para o storyliving crescer no mercado, abaixo, trouxe uma matéria da Devpost, que explica melhor, como o conceito de storyliving veio para deixar o storytelling muito mais sofisticado.
“O advento do Apple Vision Pro abriu uma porta para uma solução inovadora: a memória espacial. Essa tecnologia permite que os usuários não apenas relembrem histórias passadas, mas realmente revivam e compartilhem esses momentos com entes queridos de forma imersiva e social. Nós nos propusemos a capitalizar essa visão inexplorada.
O que ele faz
O StoryLiving é um aplicativo Apple Vision Pro que transcende a narrativa tradicional, aproveitando o vídeo espacial e a fotogrametria para imergir os usuários em ambientes 3D onde as memórias foram feitas. Ele permite que os avós se conectem com suas famílias em um espaço virtual compartilhado, experimentando memórias juntos como se estivessem fisicamente presentes. Os usuários podem selecionar e explorar memórias juntos usando o SharePlay do ecossistema Apple com o FaceTime, quebrando as barreiras da distância e do tempo.
Como o construímos
Construímos o StoryLiving com o dispositivo de computação espacial Apple Vision Pro, com foco na acessibilidade do usuário e no design intuitivo. Nosso processo de desenvolvimento envolveu o design de uma interface do usuário fácil de navegar, garantindo que até mesmo usuários sem conhecimento técnico pudessem se envolver perfeitamente. Ao incorporar computação espacial e fotogrametria, criamos uma plataforma onde os usuários podem carregar e navegar em memórias espaciais, promovendo uma experiência compartilhada, independentemente das barreiras de distância física.
Desafios que enfrentamos
Um dos principais desafios foi projetar uma interface que fosse poderosa e acessível a um público mais velho e menos experiente em tecnologia. Alcançar um equilíbrio entre sofisticação tecnológica e facilidade de uso exigiu testes e iterações extensivos do usuário. Conversamos com muitos mentores e anciãos que forneceram conselhos sobre a construção de uma nova tecnologia acessível e inovadora. Inovar na novíssima plataforma Apple Vision Pro foi um desafio empolgante.
Conquistas das quais nos orgulhamos
Estamos particularmente orgulhosos de criar uma plataforma que genuinamente preenche a lacuna tecnológica para as populações idosas, tornando a tecnologia de AR/VR de ponta acessível e significativa. Aproveitamos uma combinação de visualizações de RA e RV, áudio espacial, interação visual, presença multiusuário social e muito mais. Um aspecto técnico único do uso do Vision Pro para construir nossa solução foi incorporar fotos e vídeos 3D baseados em profundidade para mostrar memórias espaciais.
Nossa experiência de usuário foi projetada para ser fácil de usar sem exigir um background técnico de AR/VR. É tão simples quanto tocar em um botão e ver as memórias espaciais de seu familiar se desenrolarem em 3D. Fomos capazes de desenvolver continuamente a ideia e a narrativa, dando um caso de uso convincente para os idosos em XR.
O que aprendemos
Ao longo deste projeto, aprendemos a importância do design empático na tecnologia. Elaborar experiências que atendam aos idosos nos ensinou a priorizar a simplicidade e a acessibilidade. Tivemos que tomar decisões de design cuidadosas para interfaces XR centradas no ser humano e, ao pedir ajuda às pessoas certas, conseguimos abordar o problema de como introduzir a geração mais velha à computação espacial. Também exploramos o potencial da RA/RV para resolver problemas do mundo real, como o isolamento social, criando experiências compartilhadas que são vívidas e emocionalmente ressonantes.
O que vem por aí para o StoryLiving
Olhando para o futuro, pretendemos expandir as capacidades do StoryLiving para incluir outras experiências sensoriais, como feedback háptico, elevando as interações imersivas na experiência. Planejamos explorar parcerias e integrações que possam levar o StoryLiving a mais usuários, com foco em torná-lo uma ferramenta de impacto social. Estamos entusiasmados em contribuir para esta revolução na acessibilidade para idosos em XR e tecnologia espacial. Ao refinar continuamente a tecnologia e a experiência do usuário, vislumbramos o StoryLiving como uma solução líder no combate ao isolamento social entre os idosos, transformando o storytelling em story-living.
referencia: StoryLiving | Devpost


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